Eirunepé, o município mais antigo da Calha do Juruá, com 130 anos de história, ainda não possui uma Associação Comercial ativa uma ferramenta essencial para o desenvolvimento econômico de qualquer cidade. A pergunta que fica é: por quê?
Chegou a existir, sim, uma tentativa de associação há alguns anos. Mas, segundo informações de comerciantes locais, durou menos de um ano. O motivo? Alguns empresários, em vez de pensar no coletivo, usaram a iniciativa em benefício próprio, gerando desconfiança e desmotivação nos demais. Resultado: muitos saíram e o projeto naufragou.
Enquanto isso, cidades vizinhas, como Cruzeiro do Sul, que tem dez anos a menos que Eirunepé, já colhem os frutos da união de sua classe empresarial. Hoje, Cruzeiro do Sul tem uma base comercial sólida, realiza grandes eventos e movimenta sua economia de forma estratégica. E por incrível que pareça, muito desse crescimento veio graças ao apoio e ao investimento de empresas e empresários do Amazonas. A diferença é que lá, houve união. Aqui, há apenas divisão.
Em Eirunepé, tudo se resume a politicagem. Um jogo de empurra entre o poder público e a iniciativa privada. Uns culpam o prefeito, outros culpam o governo, e assim seguimos: parados. Mas a população precisa entender que a transformação de uma cidade não depende só de políticos. Depende, também e principalmente da união dos empresários.
Sem uma classe empresarial organizada, Eirunepé continuará sendo uma cidade provisória. Uma cidade onde se vive, mas não se cresce. Onde não se realiza grandes feiras, como a tão sonhada Expo-Eirunepé. Onde nenhuma instituição financeira, como o Sebrae ou bancos de fomento, leva a sério nossos projetos. Porque para eles, somos desorganizados. Somos um lugar onde tudo se resolve no “jeitinho” e na promessa de campanha.
Uma Associação Comercial forte representa muito mais do que reuniões entre lojistas. Ela é o elo entre o poder público, os bancos, o setor produtivo e a comunidade. É ela quem articula políticas de incentivo, propõe eventos, atrai investimentos e fortalece o comércio local. Onde há uma associação comercial atuante, há desenvolvimento, há emprego.
Está na hora da classe empresarial de Eirunepé acordar. Está na hora de parar de esperar apenas pelo governo, prefeitura e começar a construir, juntos, o futuro que essa cidade merece. Se continuarmos do jeito que estamos, seremos sempre o “quase”. Quase cidade, quase progresso, quase desenvolvimento.
Eirunepé precisa de união. Precisa de ação. Precisa de uma Associação Comercial.