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Rio Juruá atinge nível crítico e seca preocupa moradores de Eirunepé

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O cenário às margens do rio Juruá mudou de forma drástica nos últimos meses. Onde antes se via a imensidão das águas, hoje o que salta aos olhos são bancos de areia, rio quase seco e barcos encalhados. A estiagem severa vem afetando diretamente a vida da população e acendendo o alerta para uma crise que se agrava a cada dia.

De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), os rios Juruá, Purus, Acre e Iaco estão em situação crítica de escassez de água até, pelo menos, 31 de outubro. No caso de Eirunepé, a queda no nível do Juruá já compromete o transporte fluvial, encarece o custo dos alimentos e dificulta até mesmo os filhos de alguns ribeirinhos que precisam ir pra escola em lugares mais afastados.

“Estamos preocupados. A canoa não entra mais em alguns lugares, vamos ter que esperar esse rio subir agora, tá foda.”, relatou dona Francisca, moradora ribeirinha.

O impacto é sentido em várias áreas. A pesca, principal fonte de renda para muitas famílias, diminuiu consideravelmente. Nas comunidades mais isoladas, o transporte de doentes ou estudantes ficou quase impossível. Até produtos básicos chegam com atraso, elevando o preço nas prateleiras. A Defesa Civil do Amazonas monitora a situação e já fala em medidas emergenciais, em algumas comunidades isoladas.

Enquanto isso, quem vive às margens do Juruá sente na pele os efeitos de um rio que está secando rápido demais. “A vida do povo aqui depende desse rio sem ele, tudo para, a comida, a escola, o hospital. A gente fica sem saída”, desabafou seu Raimundo, pescador há mais de 25 anos.

O futuro ainda é incerto, mas a preocupação já é realidade, sem previsão de chuvas nos próximos dias, Eirunepé pode enfrentar um dos períodos de seca mais severos de sua história.

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